Imagem e…. incongruências nas mensagens - Millennials e Burnout (3)
- jpp
- 24 de jan. de 2019
- 3 min de leitura

Nesta “viagem” da tentativa de contextualizar o porquê da geração Millennium ser também a geração Burnout, o que deve assumir uma centralidade na preocupação de todos, uma vez que são a geração que neste momento está, de forma global, no mercado de trabalho e com protagonismo social mais preponderante, em textos que não se pretende demorem mais que 3 minutos a ler, e depois do que foi já referido, a imagem surge como mais um dos fatores que se tem mostrado associado ao nível de exigência emocional que no fim, no mínimo, estimulam uma das variáveis consideradas no diagnóstico de Burnout - Despersonalização / Cinismo.
A verdade é que cada vez mais nos comunicamos pela imagem, pela nossa linguagem não verbal, pelas nossas microexpressões, e eventualmente menos pelo conteúdo, onde até nos podemos repetir, mas se entretanto tivermos padronizado as primeiras, gerado confiança, podemos até dizer sempre o mesmo e propor ideias de difícil execução, mas seremos mais “ouvistos”.
Falava anteriormente dos “manuais”, também sobre isto eles existem, e onde podemos verificar “receitas” para se ser mais eficiente, mais credível, mais… qualquer coisa, mas com um imenso vazio entre os ingredientes e quem os usa. Posteriormente, e até porque a pessoa faz a sua retrospetiva e verifica na sua lista de exigências, provenientes dos tais manuais ou daquelas ações que lhe dão corpo, e verifica que cumpriu os requisitos, mas o resultado não foi o esperado, sem que tenha possibilidade de devolução, tal produto de venda televisiva, o ciclo termina na vivencia de mais uma sensação de fracasso, quando afinal foi o verdadeiro fator humano que faltou na receita.
Há ainda aqueles/as que insistem em seguir a receita, vestir a farda de tecido e emocional, construindo um boneco, assumindo determinadas posições corporais, olhando para a sua forma de expressão, e mesmo que os resultados demorem em chegar ou até mesmo que eles cheguem, no fim, e é o que hoje vamos assistindo, aumenta o risco de as pessoas não se reverem no boneco, e depois, não conseguindo fazer algo semelhante ao que ocorria no filme “A mascara”, perante a dificuldade de voltarem a ser eles mesmo, o espelho não lhes mostra algo com o que se identifiquem, e é aqui que surge a despersonalização.
Me espanto ainda, mas isto deve ser um problema meu, quando me debruço sobre a forma como alguns se pronunciam sobre o dito “personal branding”, o ser diferente para cativar , e todo um conjunto de blá, blá, blá, que na sua esmagadora maioria nada mais é do que reinventar, mais uma vez, as bases das teorias do condicionamento clássico, tentando alimentar o ciclo “fast”, seja para quem assume protagonismo no apoio da suposta mudança ou adaptação, seja para quem sente necessidade de fazer algo mais e o desespero perante um sentido fracasso, só mesmo evidente num ciclo vicioso de ser o que se não é e o boneco não ser quem o mostra.
O escape vai surgindo com a (in)sensatez da utilização das redes sociais, onde se mostram as informalidades no facebook, e o perfil boneco no linkedin. Depois, todos são um conjunto de iguais na sua imagem profissional, seguindo as mesmas keywords, intitulando-se através de siglas (CEO, CFO, CCO), e juntam o facebook ao comportamento em multidão, contextos utilizados muitas vezes como escapes.
Andamos muito preocupados em mostrar o pacote, o embrulho, a caixa, mas muitos com pouca relevância no conteúdo da mesma….
Se estas circunstâncias aqui descritas, não são veículos para uma maior exposição ao risco de burnout, então vamos lá mudar o conceito…. Talvez por tudo o que se vai referindo, a geração Z (a que surge imediatamente após a geração millennium ou Y), e a geração Alpha, mostrem muitos comportamentos opostos ao da geração millennium. Mas mesmo fazendo esta constatação, deixo a questão…. Porque será? Será por esta ser também a geração do “fast”?
Voltarei para a parte 4
(Só mesmo uma nota, se acham exagerado o que por aqui vou enumerando, só vos peço que olhem em vosso redor, façam o vosso passeio na internet e verifiquem.)
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