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Dos processos avulso

  • Foto do escritor: Joao Paulo Pereira
    Joao Paulo Pereira
  • 7 de abr. de 2022
  • 2 min de leitura

Diz-se por ai que “a necessidade aguça o engenho” e confrontam-se usualmente a capacidade de encontrar soluções mediante necessidades, com estratégias de empreendedorismo, competências de resposta rápida às vicissitudes, até mesmo resiliência.


Dos dois lados da realidade, a pressão de querer fazer algo que as organizações sentem, e a oportunidade que os “service providers” vêem como possibilidade de construírem respostas, vão sendo criadas sinergias assentes em pressupostos muitas vezes mais sustentados no impulso do que na real sustentabilidade das medidas a tomar e/ou na factual qualidade dos serviços prestados e desenvolvidos.


Não, não é por se fazer algo que se conseguem resultados, não é por dinamizar formações, workshops, introduzir ferramentas difusas, apesar da sua eventual qualidade, ou o que quer que seja, que se alteram os caminhos e modificam impactos. Tudo implica estratégia, mudança/adaptação do paradigma organizacional, tudo é um caminho e numa analogia automobilística, os processos de apoio aos colaboradores são como uma área de serviço com toda a sua oferta disponível e não em obras, onde só se conseguem determinados produtos e mesmo esses, sempre percebidos àposteriori como de menor qualidade.


Bem sabemos que o impulso é o de reagir, mas também estamos cientes que essa reação reduz muito a eficiência e a qualidade da resposta. Porque é “moda” falar e agir sobre determinado tema, resiliência, expressões faciais e comunicação não verbal, desenvolver competências de líder coach, formar para equipas de elevado desempenho, etc..., isso não quer dizer que tudo e em todas as situações, sobre estes temas, seja efetivamente positivo. Os efeitos secundários podem ser de extrema gravidade caso não exista uma real consistência entre a organização, a sensibilização e a criação de expetativas que se está a fazer aos seus colaboradores.


Hoje sabemos já o que tudo isto, feito de forma avulso, pode ter como consequências e onde reparamos que muitas são efetivamente nefastas porque as estruturas não estão preparadas para o que advém posteriormente de exigências das suas pessoas. Com alguma estranheza, ou talvez não, continuamos a poder observar, e de forma crescente, a adesão a este tipo de ações com falta de estratégia, e por isso mesmo também, o aumento de circunstâncias incómodas nos comportamentos e emoções de todos os que compões as organizações.


Efetivamente, em tempo de guerra não se limpam armas, faz-se a sua manutenção e previne-se que elas deixem de trabalhar. Haverá o tempo, em que de forma sistémica, se consiga fazer a efetiva limpeza que passa sempre por desmontar, limpar individualmente cada peça, lubrificar, montar de novo e testar. Esse é o tempo da sustentabilidade e, tal como nesta analogia bélica, também nas organizações esse é o tempo de planear as eventuais mudanças, reconfigurar objetivos, coordenar estratégias, desenvolver processos e procedimentos, e reiniciar o caminho face ao que para todos faz sentido.


Talvez não seja por acaso que tudo o que vem avulso e não está integrado numa estratégia, é usualmente mais caro e de impacto duvidoso.

 
 
 

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