São mais de 10 anos, mas com contextos diferentes
- Joao Paulo Pereira
- 4 de abr. de 2022
- 2 min de leitura

Se nos convidarmos para fazer uma viagem pelas publicações de há mais de 10 anos a esta parte, vamos facilmente verificar que os hoje chamados “novos modelos de trabalho”, correspondem aos mesmos que nessa altura, por vários especialistas, se apresentavam como inevitáveis face às preocupações com a saúde e bem estar dos trabalhadores, à eficiência na realização de tarefas, ao compromisso entre todos dentro de uma organização e na resposta à então nova legislação sobre saúde no trabalho (Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro).
Evidentemente que por contextos distintos, transportados por necessidades diferentes, envolvidos em contextos difíceis de serem entendidos, fomos obrigados a passar das palavras, constatações e discussões formais, para a aplicabilidade prática daquilo que se vinha falando. Na certeza que contextos desorganizadores do pensamento, porque desajustados daquilo em que nos conhecemos, não são os ideais para ajustamentos rápidos, e que toda a mudança necessita de tempo, poderemos também questionar sobre onde está afinal grande parte da dificuldade que hoje tanto se fala. - Será a dificuldade impulsionada pela necessidade de alterar o paradigma do trabalho e as dinâmicas com que fomos educados? - Será a dificuldade motivada, fundamentalmente, pelo contexto social em que ocorre a emergência de mudança? - Terá este período, pandemia, pós-pandemia e contexto de guerra, trazido novas confrontações pessoais com os modelos a que estávamos acomodados e sobre os quais era bom, fundamentalmente, proporcionar a discussão, sabendo que o “normal” estava lá? Acredito que em todas as perguntas, e em muitas mais, conseguimos encontrar muitos dos porquês. No entanto talvez seja conveniente entender o desajuste provocado por todas as circunstâncias sociais e não facilitar, por muito difícil e desafiante que seja, que a perspicácia, motivada e sustentada por todo o trabalho feito em mais de uma década, seja prejudicada, até porque mesmo perante circunstâncias diferentes, confrontamo-nos com necessidades iguais e a atingir o mesmo objetivo. Perante tudo o que assistimos, a novidade está fundamentalmente no contexto e não tanto na forma, e sabemos também que os meios entretanto desenvolvidos, também por cá, sejam eles tecnológicos ou de organização do trabalho e da vida, já tiveram na sua origem a preocupação de atingir os mesmos objetivos que hoje verificamos continuarem a ser o centro das preocupações.
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