Desculpem lá qualquer coisinha...
- JPP
- 18 de jul. de 2018
- 2 min de leitura

Somos pertença de uma sociedade, onde o acesso à informação e à capacidade de desenvolvimento de pensamento critico,se revela com maior potencial, mas efetivamente, o que escolhemos fazer, em nada tem lógica com o que poderia ser.
Somos uma sociedade de causas, as causas dos outros que expondo-se em toda esta aldeia global, nos mostram o queiram que possamos ver e nos criam a sua realidade. Discutimu-la até à exaustão, e no fim, a pergunta que subsiste, é o para quê tanto tempo despendido nesta discussão?
Somos uma sociedade de causas, das nossas causas exibidas como uma moeda, duas caras, duas realidades, assim tipo a cara "facebook" e a cara "LinkedIn".
Numa assumimos uma posição de exibição digna de uma qualquer história de alcofa, onde fazemos birras, falamos das nossas mazelas, exibimos de forma muitas vezes exacerbada os nossos estados de espirito, e avaliamos a nossa popularidade por "likes", "emojis" e acima de tudo, pelo numero de "amigos" (que coisa tão arrepiante esta dos amigos do facebook). Vamos sendo profundamente estáveis, o que se pode ver pela alteração sucessiva da fotografia de perfil, da imagem de capa e da atitude exibicionista e citações com sentido para o autor, mas frequentemente vazias para quem delas abusa, e tudo transmitindo uma estabilidade imensa (façam lá o vosso historial de imagens de perfil e de capa, e vejam).
Na outra, e se cumprirmos o suposto, exacerba-se a competência profissional, somos estereotipados pela classificação do perfil que o próprio LinkedIn nos diz que temos, somos levados a maximizar mas nossas conquistas, atribuindo-lhes designações baseadas fundamentalmente em estrangeirismos.
Esta dicotomia "faceIn" ou "Inface, consoante o perfil de cada um e a forma como utiliza com mais frequência a sua exposição ao mundo, é em si só um exemplo para a maneira como nos condicionamos a estar, e a autorização, consciente ou não, que demos para a construção e colocação das palas que nos limitam a visão, assumindo no entanto o engano que estamos a ver tudo.
Uma vez mais, e voltando a viajar em Gerge Orwell e no livro 1984 ou até mesmo no Animal Farm, o que vemos é a celeridade com que " nos despedimos" de nós e nos entregámos a uma quinta de celebridades, onde todos são a ultima bolacha do pacote, mas esquecem uma de duas coisas, ou de olhar bem o pacote, ou perceberem, que são a ultima bolacha daquele pacote, porque já aberto vai para muito tempo e a bolacha já está mole e bolorenta.
"FaceIn" ou "inFace", e porque não somente FACE, com todas as marcas que o tempo lhe deixa e as histórias que elas contam?
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