O medo é o motor do desejo

Temos medo do medo, temos medo de sentir medo, temos medo daquilo que o medo provoca em nós, no entanto é do medo que advêm as condições e condicionantes para que nos possamos confrontar com as nossas verdadeiras capacidades de FAZER e de nos superarmos.

Quando desejamos fazer, quando queremos realmente concretizar, quando pretendemos efectivamente conquistar, a emoção que mais se adensa é o medo. Medo do desconhecido, da frequente falta de sustentação daquilo que é novo e não temos reais padrões de comparação que nos permitam gerir esta dicotomia entre o querer fazer e a insegurança do que será, mas é sempre o medo, e mesmo sabendo que ele pode ser limitativo, e a essa circunstância termos de estar conscientes, que desenvolve e provoca a capacidade de ir em frente porque nos devolve sempre novas questões.

A importância do medo naquilo que poderemos caracterizar como o “salto de fé” no que somos realmente capazes, é tão central que não são raras as vezes em que ele nos impele a centrarmos-nos nele e não conseguir ver em frente, encontrar nesta situação a potencialidade de nos trazer o confronto do EU com o EU, e assim conseguirmos colocarmos-nos em situação na realização.

O medo é o motor do desejo, é ele que nos mostra o quanto queremos, e dele a potencialidade de saber o que temos de fazer para SER, é a superação do medo, claro está que tendo-o como base, que realmente vamos conseguir fazer de forma sustentada.

Sabemos que o medo gera comportamentos de fuga, retracção e limitação, no entanto a questão que surge é a se será o medo ou a forma como estamos educados a fazer-lhe face, e a resposta parece evidente, transportando-nos para a segunda possibilidade, retirando-lhe todo o seu potencial positivo.

Urge uma educação para o medo, para o confrontarmos de maneira construtiva no nosso processo de crescimento.

Não tenhamos medo do medo, mas sim medo da forma como enfrentamos, ou não, o medo.