Somos realmente o que pensamos?
- JPP
- 30 de jul. de 2018
- 2 min de leitura

Se acontece sobre nós, seja por aspetos mais ou menos positivos, como acontece conosco face aos outros?
Há realmente algumas caraterísticas nucleares no ser humano, e o pré-conceito é uma delas. Olhamos para o mundo e avaliamos o que nos cerca, invadidos por um sem numero de influencias que nos condicionam, e que nos transportam na construção das nossas verdades.

Albert Camus, no Mito de Sísifo, refere que um homem é sempre vitima das suas verdades. Já que uma vez reconhecidas, não é capaz de se desfazer delas, e por isso mesmo precisa pagar um preço, o preço da forma como existe e olha o mundo.
É baseado nestas absolutas verdades, que escondemos como sendo nossas e evitamos assumir que nos são dadas por outros, que organizamos a nossa vida e a maneira como olhamos o mundo, esquecendo e escondendo-nos num mar de equívocos vistos pelos olhares de outros que jamais vêem da mesma forma que nós.

Evidentemente que somos feitos de imagens, representações de um real transmitido geracionalmente, mas não temos, ou não devemos, assumir como nosso o que jamais é da forma como o interiorizamos.
Há uma quase estupidez persistente, talvez a pior das caraterísticas humanas, aquela que mais permite a injustiça, de uma teimosia sem limites, que nos venda e nos coloca sem face, mas com uns "óculos" do socialmente desejável, e com uma postura de quem até tem algo para dizer.
O "mais interessante" nisto tudo, é que quem aparenta ter mais para dizer, vai regurgitando pseudo verdades, envoltas em pensamentos frequentemente distanciados do real.

Somos o que o nosso passado nos apresentou, a forma como o interiorizámos, e que no presente nos faz como somos na maneira como nos olhamos no futuro. E se realmente procuramos o sentido da vida, se não pretendemos partir do pressuposto que podemos sempre estar enganados, então vá Googlar e fique por ai.
O questionamento constante sobre a possibilidade de estarmos a olhar para a realidade sem a vermos da forma como ela realmente é, mas sim da maneira como outros no empurram para a vermos, é talvez a maior das possibilidades, e o assumirmos esta como a nossa ideia, então é quase infelizmente uma inevitabilidade.
Pensemo-nos, e depois..., bem, depois julguemo-nos antes... e tentemos evitar a auto realização de profecias.
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