A nossa vida é uma sequência de saudades
- JPP
- 5 de abr. de 2018
- 1 min de leitura

Desde a nossa vontade de estar de novo, à constatação que algo mais poderíamos ter feito quando lá estivemos, passando pelo desejo de voltarmos a ser felizes, são as memórias do ontem que hoje nos fazem a nossa capacidade de nos vermos amanhã.
Sentir saudades, e na verdadeira acepção da palavra, é retornar para viver o que foi bom, e poder intervir de forma diferente naquilo que achamos que poderia ter sido melhor. Independentemente de conseguirmos com o tempo reduzir a dor da perda, a saudade é algo que se mantem, e com ela o sentimento de desejo do impossível, mas em luta com o querer.
Por tudo, a saudade, termo muito português que traduz um sentimento universal, transporta consigo um outro, em que nós Tugas somos exímios e fazemos com qualidade, o desenrascar. É perante a impossibilidade de retorno, que arranjamos forma de com os nossos pensamentos e memórias andarmos em frente.
Somos no presente o nosso passado e temos nele o nosso futuro, e a saudade dá-nos a noção da importância daquilo que nela se transfigura, e a certeza de que não tendo esquecido, somos detentores de imensas fortunas de memória, aquilo que nos faz afortunados de vida.
A saudade não é, nem deve ser, um obstáculo à felicidade. Ela é a energia para fazer mantendo-nos no nosso mundo.
(JPP, 2018)
Comments