De partida e para jamais chegar a lugar nenhum
- JPP
- 29 de jun. de 2018
- 1 min de leitura

Pensamos que chegamos, achamos que o nosso objetivo é chegar, mas realmente, cada chegada é uma partida, cada cais de desembarque é uma passagem para um outro, e para mais outro, e outro, e outro ..., sem que nunca, mas mesmo nunca mais acabam as partidas.
Queremos chegar com o imenso desejo de voltar a partir. É o adeus do significado do querer, e o olá do significado de nos sabermos acompanhados, mas sempre uma partida.
A nossa história é composta das nossas viagens, onde as chegadas são para que nos possamos recompor e partir novamente, e para nos valorizarmos nos encontros dos desencontros.
Partir, chegar, ir, mas voltar...? Até podemos voltar, mas jamais seremos os mesmo que fomos, não estamos da mesma maneira, somos nós noutros, e isso é a essência da nossa ilimitada viagem, que mesmo sem bilhete, mesmo com o bilhete de ida, ou com o de ida e volta, nos viajamos do mesmo modo.
Podemos ter imensas chegadas, mas temos muitas mais partidas, e até aquelas de que não temos como as pensar, mas existem e são idas.
Sempre de partida, para jamais chegar a lugar nenhum, porque a nossa vida não é feita de um lugar, é feita de todos os que em nós passam, por nós passaram e pelos quais nós passamos, onde o desejo de ficar jamais foi suficientemente grande que impedisse o impulso de voltar a ir.
Estamos sempre de partida, e em cada chegada uma nova ida.
Comments