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Do(s) nosso(s) projeto(s) de vida

  • Foto do escritor: JPP
    JPP
  • 10 de abr. de 2022
  • 2 min de leitura

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Muito fazemos para nos envolvemos no sonho, idealização e processo para concretizarmos o nosso projeto de vida. No entanto, e porque poucos nos falam disso, porque tal nos transportaria para um contexto onde nos é extremamente difícil colocarmo-nos, ou tão somente porque não é suposto pensarmos mais adiante, para alem daquilo que é a nossa capacidade de nos revermos, as nossas confrontações com o sonhado e com o tempo que investimos em conquistas e na relativização do que não conseguimos, é uma peça do nosso puzzle que só vamos conseguir encontrar bem mais adiante nas nossas vidas.


A consciência da temporalidade de cada projeto, do assumir o fim de cada forma como nos vemos, o trabalhar as transições, o confronto com novas necessidades e desejos, as consequências da evolução de cada um, o aparecimento de novas competências e diferentes necessidades, são frequentemente deixadas para trás, ou até mesmo esquecidas, num contexto cheio de supostos inspiracionistas que nada mais estimulam que o prazer imediato quando confrontado com aquilo que é o ciclo de vida de cada um.


Não se vai escamotear a importância das conquistas numa maior proximidade temporal, mas, da mesma forma, não se deve negar por omissão a consciencialização e o desenvolvimento de capacidade para que todo o nosso processo de desenvolvimento seja coerente, e quando formos olhar para a nossa história ela faça sentido e nos consigamos ver e reconhecer naquilo que não são retalhos, mas sim processos contínuos que ontem nos trouxeram até hoje, e onde, por muito que custe, fomos capazes de fazer coisas que agora não conseguimos. É uma questão de fazer as pazes com as memórias e recordar sem ressentimentos.


É bem verdade que os nossos projetos somos nós, mas não é menos evidente que hoje não somos o que éramos ontem, nem tão pouco o que seremos amanhã. As nossas capacidades, os nossos medos, os nossos desejos, a forma como sentimos e vemos as coisas, têm uma forte possibilidade de não serem iguais. Somos sempre versões em desenvolvimento e a serem confrontadas com estas novas versões como mais enriquecidas na sua complexidade.


É complexo? Mas quem disse que sermos nós era simples?


Não esqueçamos que um projeto é algo que é feito considerando o antes, contextualizado no presente e com exequibilidade no futuro. A nossa melhor versão de nós mesmo é aquela que mostra o que cada um é capaz e pretende ser.

 
 
 

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