E....já sei que vou ser mal entendido
- JPP
- 14 de nov. de 2020
- 3 min de leitura

(O presente texto deve ser lido tendo em consideração a data em que foi escrito)
E já sei que vou ser mal entendido
Vamos só fazer um esforço, e deixarmos de colocar as culpas em quem quer que seja.
Há 8 ou 9 anos atrás, muita gente, mas mesmo muita, falava da especulação imobiliária e aproveitamento de vários sectores em Portugal. A este comportamento nomeavam o excesso de oferta hoteleira, de alojamento local, de restaurantes, bares, locais de diversão noturna, etc..
Estamos todos cientes que este investimento de muitos, com a anuência de vários sectores do poder local e global, foi imenso, mas também já na mesma altura se falava do grande risco da possível implusão que poderia ocorrer dada a sustentabilidade do setor poder estar a ser feita sob alicerces pouco sólidos, bastando para tal que uma das variáveis que trazia os verdadeiros consumidores (os estrangeiros, vulgo turismo), se alterasse.
Durante algum tempo fomos vivendo na sombra daquilo que era sermos um pais pacifico, onde pouco existia para ter medo e que era esse mesmo sentimento que trazia os turistas. Crescemos pela nossa qualidade (o que também pode ser discutível), mas muito assentes na “desgaça” dos outros, dos atentados que se faziam sentir noutros países e daquilo que era também o fato de sermos mais baratos que outros.
Agora estamos todos em pé de igualdade, o vírus COVID-19 não escolhe nacionalidades, manda passear os negacionistas e os supostos “pela verdade”, ele tem uma agenda própria que implicou, infelizmente, profundamente naquilo que é a sustentação de grande parte da economia portuguesa, levando a que todo o movimento de pessoas parasse e como consequência às dificuldades inerentes ao planeamento em cima de uma oportunidade que jamais foi sustentada e não lançou bases de segurança noutros consumidores.
Isto não é a teoria do inevitável, é só mesmo percebermos que numa pequena rua a existência de 5 cafés e 3 restaurantes, é muito idêntico àquilo a que se assistia à alguns anos na mesma rua sobre a existência de 5 agencias bancárias de 3 bancos diferentes, o que teve de terminar.
Obviamente que é uma situação profundamente desastrosa e com consequências dramáticas, disso não há qualquer duvida e destas linhas não se pode tirar outra conclusão, mas nós, verdadeiros TUGAS já aprendemos como fazer face a isto, seja quanto aos lanifícios e outras industrias que colocaram muitas cidades do note de Portugal no mapa mundial que depois por motivos vários se foram embora, seja por vários sectores de actividade, que sempre assentes em pressupostos complicados, como o de baixo preço de mão de obra, viram posteriormente a situação alterar, seja porque somos um pais periférico e sem os recursos de muitos outros, aliás os recursos deles é que são uma boa parte dos nossos recursos, mas sempre fizemos face às vicissitudes quando finalmente resolvemos atuar em grupo e a pensar global.
Não, não é fácil não sermos egoistas, mesmo quando aparentemente estamos convencido que estamos também a pensar nos outros, mas não são raras as vezes em que esse pensamento é tão somente porque dos outros eu dependo e por isso mesmo eles são meros meios para atingir fins.
Não, não é fácil lidar com os grupos que se aproveitam das maiores situações de risco para fazerem muitos acreditarem que o que é não é, ou só o é porque alguns querem que seja. Sempre foi assim, infelizmente sempre será, e por isso mesmo um gajo pequenino, moreno e de descendência judia, conseguiu levar um povo a acreditar na sua antítese e por ele fazer as atrocidades que conhecemos.
Mas esta situação do COVID-19, e porque todos estamos a fazer sacrifícios nas nossas vidas, e não vou comparar, até porque tenho a perfeita noção da infeliz discrepância de condições entre muitos, só se vai conseguir aguentar quando todos, de forma intelectualmente honesta, nos unirmos.
Como TUGAS, nós sabemos fazer, basta mesmo que o pretendamos realmente FAZER.
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