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O que também nos mostrou 2020

  • Foto do escritor: JPP
    JPP
  • 22 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

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Talvez seja preferível começar por referir o que é a estupidez persistente e bem assim o/a estupido/a persistente.


Com todo o direito que todos temos aos nossos pontos de vista, à nossa forma peculiar de olhar a realidade, à nossa maior ou menor coerência na observação factual, e entendendo a estupidez como a qualidade ou condição de ser estúpido, o que significa falar de falta de inteligência, e que não se confunda com aquele/a que por não ter tido oportunidade de ter acesso à informação é meramente ignorante ou inculto.


Esta qualidade pode ser analisada e avaliada no indivíduo através das suas ações, palavras ou crenças. Assim, também nos podemos estar a referir ao uso inadequado do juízo, ou insensibilidade a nuances por uma pessoa que se julga inteligente.


A determinação de quem é estúpido é relativamente difícil, apesar das tentativas de medir a inteligência (e assim ter acesso ao grau de estupidez), mas o que irrita mesmo são aqueles que independentemente de sobre eles existir a envolvência da possibilidade de conhecimento, de poderem ter acesso a auxilio de quem os apoie no desenvolvimento de uma forma mais adequada, ou pelo menos baseada no conhecimento científico e não só no pré-conceito, insistem em atura, pensar e regurgitar palavras e ad-hoc, portando-se como sendo estupidos, o que faz deles a inclusão neste grupo odiando de estupidos persistentes.


Foi este o grande grupo de pessoas que proliferou no ano de 2020, aqueles que diziam tudo e o seu contrário, liam os títulos e generalizavam inadequadamente, serviam e servem de veículos para a difusão de informação errada ou no mínimo pouco sustentada cientificamente, incoerentes, e acima de tudo, muito, mas mesmo muito, ativos na desinformação, contribuindo diretamente para complexificar e complicar mais aquilo que o ano de 2020 já nos trouxe de complexo e difícil.


São pessoas que defendem regras mais restritas, mas quando perante a necessidade de fazerem esforço para se conterem e cumprirem as regras, falam e fazem o seu contrário, nem que seja só para ir ali a 40 metros apanhar ar e assim poder estar em transgressão. São os que defendem a difusão do medo perante a abertura das escolas, por exemplo, e depois são férteis em discussões sobre o que fazer com as crianças e a dificuldade de os ter em casa, enfim, são em muitos casos, os que insistentemente olham para a regra somente para verificar a sua excepção e dela fazerem as suas próprias regras, aquelas que mais se adaptam ao que efetivamente querem fazer.


Jamais me atreveria a criticar aqueles/as que por motivos vários não tiveram hipótese de se desenvolverem mais no que toca ao seu contacto com instituições de ensino e assistirem tipo mais oportunidades para aprender a aprender, desenvolver o raciocínio critico, e serem eventualmente diferentes, se bem que esses até sejam também os que mais se esforçam por tentar perceber e perguntam, e das respostas fazem questões e reconstroem-se.


É inqualificável, e com toda a liberdade ideológica que se possa e deva ter, pessoas responsáveis, ou seja, pessoas com conhecimentos que deveriam estar sustentados de acordo com o seu processo de vida na relação com o contexto de desenvolvimento de competências de alfabetização e construção do pensamento, após quase 11 meses, ainda continuem com a atitude que até podia e seria natural inicio, perante a disrupção que era e foi uma situação como a vivida em 2020.


Mas enfim, sempre existiram os/as estupidos/as persistentes, sempre me senti incomodado por eles, e fundamentalmente porque são os únicos que afirmam não ter duvidas, esta é incompatível com a sua situação, e continuará a ser o grande limite à mudança.

 
 
 

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