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Pois, pode ser que sim….

  • Foto do escritor: JPP
    JPP
  • 20 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura


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Existe uma cordial facilidade em colocarmos-nos no papel do outro e em dizer o que faríamos se nós fossemos ele e se ele fosse como nós. Esquecemos que nenhum destes pressupostos está certo, nem tão pouco nós somos o dono da verdade e das atitudes corretas, sendo que de forma correta podemos até dizer coisas incorretas, ou pelo menos não desejáveis, basta para tal que consigamos fazê-lo de forma a atendermos ao entendimento da pessoa a quem o dizemos.


Num mundo cada vez mais espartilhado pelo que é correto, desejoso de formulas e formulações que permitam o menor risco possível na interação como outro, onde entre o querer e o ter a distância diminuiu drasticamente, é claro que no momento em que vivemos, por tudo o que passamos e que é muito pouco sustentável com a informação que detemos e somos capazes de assimilar e dar significado, assustamo-nos com o quão pré-conceituosos somos, ou seja com a forma como dependemos visceralmente de uma ideia pré-concebida para conseguirmos ler o real e sobre ele elaborarmos um discurso coerente e que nos permita manter uma postura com um traço de previsibilidade que nos defina.


O mundo, e neste ano de 2020, mostrou-se que pode ser tudo o que ele pretender e o que cada um dele estiver predisposto a tirar. Ele pode ser o nosso mundo, com todos os deveres e direitos que temos, ele pode ser o nosso mundo onde só vivemos sob os direitos dos outros e gritamos os nossos em alta voz, mas por vezes esquecemos os deveres, ou até aquele onde só temos direitos e os deveres são algo que pode ser minimizado e até escondido.


Evidentemente que não dependem exclusivamente da nossa posição no mundo, os processos que nele vão ocorrendo, e frequentemente, diria eu, ainda bem, mas o que temos e devemos atender é que somos uma parte desse mesmo mundo e de cada vez que achincalhamos, maldizemos, e tomamos atitudes menos assertivas, são dois passos que os processos dão para trás, mas isto só nos processos construtivos, porque nos destrutivos são muitos em frente.


Pois, pode ser que sim, pode ser que tudo esteja errado, que tudo esteja a ser mal encaminhado, que tudo se encontre perto do apocalipse, no entanto, ainda há caminho para andar, ainda há tempo, mesmo que pouco, até porque ele é relativo e fundamentalmente emocional, para se reencaminhar, deixar o pensamento apocalíptico, sendo que os extremismos , as atitudes emocionalmente xenófobas, a prepotência da razão e as separatistas, nos vão continuar nesse pois, pode ser que sim, sem que consigamos chegar a ver se sim ou não.


Pode ser que sim....

 
 
 

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