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Porque afinal no nosso inverno estava sol

  • Foto do escritor: JPP
    JPP
  • 18 de nov. de 2020
  • 2 min de leitura

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Eram tempos em que olhávamos o céu e não vislumbrávamos o sol, ele que como hoje, sempre lá esteve e estará, mas fechados em nós, bem menos do que agora, não o vamos e hoje, olhando para trás, apercebemos-nos que ele estava lá.


Os nossos invernos afinal tinham sol, e hoje num outono, quase inverno, de 2020 não temos o nosso sol, não nos permitimos sair da tempestade em que nos inundámos, e cercados por números, internamentos, UCI's, mortes, SNS, afastamentos, solides, vazios, crise e tudo o que veio trazendo a sensação que foi para ficar, se olhamos para o sol, fazemos-lo até de forma culpabilizadora.

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Nós emos caminho, existe rota, mas o horizonte, pleno de ameaças, ou tão somente situações percebidas como ameaças, que na nossa mania de vivermos emocionalmente hoje o que só daqui a algum se poderá vir a realizar, limitamos-nos à esquizofrenia do que é sentido como bom ser mau, mas deveria ser o nosso porto de abrigo.

Limitamos efetivamente, e deixamos-nos limitar, naquilo que pode ser a nossa existência, e sem negar a evidência científica, encontrámos forma de nos protegermos, mas constatamos que tal como diz o povo, "que anda à chuva molha-se", não conseguimos estar 100% confortáveis, parecendo que antes podíamos. O que acontecia era que achávamos que a ciência cuidava de tudo.


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Não era assim no passado, sempre existiram ameaças, mas pelo habito, pela necessidade, seja pelo que for, não assumimos a maior parte das vezes a perspetiva da espera, da incapacidade dolorosa que em muitas outras situações já nos inundava, mas que agora se apoderou de nós e centralizou muitas das nossas atenções.


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Sim, vai voltar o sol, desta vez esperando que o consigamos admirar, que o consigamos sentir, e até mesmo a chuva, em todo o seu esplendor e o vento, fazem com que consigamos sentir-nos humanos.

Entretanto, e neste tempo eventualmente mais escuro, não esqueçamos que o sol continua lá, o vento continua a dar uma excelente sensação e a chuva chama sempre para consigamos cantar, e mesmo se não tivermos uma boa voz, cantamos para dentro e caminhamos de uma forma mais catita.

Precisamos, isso sim, de nos re-educarmos a esperar, sendo cautelosos, e muito, não desesperar, fazer ouvidos moucos aos conspiracionistas, profetas da desgraça, negacionista, comerciantes emocionais e todos os que com as suas atitudes nada trazem de positivo para desenvolvermos as nossas competências de coping para situações em que vivemos onde jamais pensámos viver, num laboratório e a ser os alvos das experiências.

 
 
 

1 Comment


Cremilda Soares
Cremilda Soares
Nov 19, 2020

Plenamente de acordo Como dizem os desportistas a toalha nunca se atira ao chão.É preciso saber viver com coragem e determinação,até o Sol voltar a brilhar

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