top of page

Termina a começar

  • Foto do escritor: JPP
    JPP
  • 4 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura

ree

Cá vamos nós no caminho de um "novo" ano, e já nem faltam os ditos 365 dias. Para não variar muito, até porque de novidades já bastou 2020, passámos os últimos dias do ano anterior e os primeiros deste dia a pensar como será o que agora começa.


Vêem-se "bucket-lists", muitas delas com ar bafiento de que esteve fechada durante quase um ano inteiro, e que tentam retomar o que referem ter ficado por fazer. Eles coitados não sabem, ou não querem saber, que já nada se retoma, porque quer aceitemos ou não, somo pessoas diferentes do que no ano passado por esta altura. Os sonhos continuam convosco, mas a certeza de a incerteza ser a nossa única certeza, transporta-nos a perspectivas eventualmente mais cuidadosas, e até mesmo se mais loucas, fundamentadas num pressuposto do "Se...".


Regressamos de um ano onde o que aprendemos foi o ensino do “enganador”, tentando contornar o que sabíamos ser incontornável, mas colocando-o sempre com aquele "Se" que nos permitia manter a esperança de poder fazer face a um tempo vazio que nos fez descobrir o cheio em nós, e que por isso mesmo, e em muitos circunstâncias, fez do processo algo ainda mais duro, até porque o confronto conosco, nem sempre é fácil, ouvir o que temos a nos dizer, é muitas vezes desconfortável, mas 2020 foi muito isto, e para quem aproveitou bem, o maior auto-conhecimento é algo que só se pode classificar com a palavra "Enlightening".

Por toda esta clarificação, e tendo 2020 sido o ano de questionar a “linha” que nos havíamos traçado e que nos haviam traçado, levando-nos muito vezes a confrontarmos-nos com o fato de o anteriormente referido como comportamento/atitude anti-social, ser no fundo o comportamento/atitude correta, num tempo incorreto.


Passámos todos por um ano de prisão de vontades, onde tentámos transgredir com sensações de recuperações temporárias, atribuindo responsabilidades a tudo e a todos, vingando-nos em algo bem mais transcendente e global como a VIDA.


2021, é quase como um terminar um começo, mas ainda sustentado na incerteza que afinal era a nossa certeza, mas a andámos a negar desde sempre.


Feliz 2021 e que estejamos abertos ao não estarmos certos.


 
 
 

Comments


bottom of page