Viver nas nuvens...

Já foi sinónimo de andar distraído, não estar ligado, pensar fora da realidade, ser excêntrico, etc...

O mundo muda, as pessoas adaptam-se, e hoje, andar nas nuvens, ter a nossa"vida" nas nuvens, usar as nuvens, é sinónimo de eficiência digital, de tudo ter em qualquer lugar, de poder responder, da forma mais eficiente, ao que nos solicitam e fundamentalmente de poupar espaço nas nossas memórias. Até já nem temos de ter em casa os CD's de musica, compramos on-line, nem as versões originais do software que usamos, nem a nossa agenda física (algo que me dava um prazer imenso a oferecer a cada noite de passagem de ano, nem os livros com os números de telefone.

Confiamos às nuvens até os nossos mais íntimos pensamentos, tendo largado quase de forma global aquele fantástico bloco de notas que nos acompanhava e onde iamos guardando as provocações que nos inundavam.

No fim, e quando nos faltam as nuvens ou a forma de a elas aceder, ficamos no vazio, assim quase como sem sabermos quem somos. No fim, é nas nuvens que está a nossa identidade.

Vivemos mesmo nas nuvens.... e pensamos que levamos tudo para todo o lado.